Este movimento artístico tem seu
surgimento no século XX e é considerado o mais influente deste período. Com
suas formas geométricas representadas, na maioria das vezes, por cubos e cilindros,
a arte cubista rompeu com os padrões estéticos que primavam pela perfeição das
formas na busca da imagem realista da natureza. A imagem única e fiel à
natureza, tão apreciada pelos europeus desde o Renascimento, deu lugar a esta
nova forma de expressão onde um único objeto pode ser visto por diferentes
ângulos ao mesmo tempo.
O cubismo é um tipo de arte
considerada mental, ou seja, desliga-se completamente da interpretação ou
semelhança com a natureza. A obra tem valor em si mesma, como maneira de
expressão das ideias. A desvinculação com a natureza é obtida através da
decomposição da figura em seus pequenos detalhes, em planos que serão estudados
em si mesmos não na visão total do volume. Desta forma, um objeto pode ser
observado de diferentes pontos de vista, rompendo com a perspectiva
convencional e com a linha de contorno. As formas geométricas invadem as
composições, as formas observadas na natureza são retratadas de forma
simplificada, em cilindros, cubos ou esferas. O cubismo nunca atravessou o
limite da abstração, as formas foram respeitadas sempre. As naturezas mortas
urbanas e os retratos são temas recorrentes neste movimento artístico.
História movimento cubista e características principais:
O marco inicial do Cubismo
ocorreu em Paris, em 1907, com a tela Les Demoiselles d''Avignon, pintura que
Pablo Picasso levou um ano para finalizar. Nesta obra, este grande artista
espanhol retratou a nudez feminina de uma forma inusitada, onde as formas
reais, naturalmente arredondadas, deram espaço a figuras geométricas
perfeitamente trabalhadas. Tanto nas obras de Picasso, quanto nas pinturas de
outros artistas que seguiam esta nova tendência, como, por exemplo, o
ex-fauvista francês – Georges Braque – há uma forte influência das esculturas
africanas e também pelas últimas pinturas do pós-impressionista francês Paul
Cézanne, que retratava a natureza através de formas bem próximas as
geométricas.
Historicamente o Cubismo se
dividiu em duas fases: Analítico, até 1912, onde a cor era moderada e as formas
eram predominantemente geométricas e desestruturadas pelo desmembramento de
suas partes equivalentes, ocorrendo, desta forma, a necessidade de não somente
apreciar a obra, mas também de decifra-la, ou melhor, analisa-la para entender
seu significado. Já no segundo período, a partir de 1912, surge a reação a este
primeiro momento, o Cubismo Sintético, onde as cores eram mais fortes e as
formas tentavam tornar as figuras novamente reconhecíveis através de colagens
realizadas com letras e também com pequenas partes de jornal.
Na Europa está o maior número de
artistas que se destacaram nesta manifestação artística, entre eles os mais
conhecidos além dos precursores Pablo Picasso e Georges Braque são: Albert
Gleizes, Fernand Léger, Francis Picabia, Marcel Duchamp, Robert Delaunay,
Roger de La Fresnaye, e Juan Gris.
Fases do Cubismo:
- Cubismo cézanniano (entre os
anos de 1907 e 1909) - é a fase que dá início ao Cubismo. Período marcado pela
forte presença das obras de Paul Cézanne.
- Cubismo Analítico (entre os
anos de 1910 e 1912) - fase marcada pela união dos trabalhos criados
separadamente por Picasso e Braque.
- Cubismo Sintético (entre os
anos de 1913 e 1914) - fase marcada pelo uso de formas decorativas e cores
marcantes.
Literatura cubista: Embora
tenha sido mais forte nas artes plásticas, o cubismo também se manifestou no
campo literário. A literatura cubista apresentou como principais
características: elaboração formal do texto, uso de impressão tipográfica e
destaque para os espaços em preto e em branco. O mais importante representante
da literatura cubista foi o escritor e poeta francês Guillaume Apollinaire.
Cubismo no Brasil: Somente
após a Semana de Arte Moderna de 1922 o movimento cubista ganhou terreno no
Brasil. Mesmo assim, não encontramos artistas com características
exclusivamente cubistas em nosso país. Muitos pintores brasileiros foram
influenciados pelo movimento e apresentaram características do cubismo em suas
obras. Neste sentido, podemos citar os seguintes artistas: Tarsila do Amaral,
Anita Malfatti, Rego Monteiro e Di Cavalcanti.
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