O surrealismo surgiu na França na
década de 1920. Este movimento foi significativamente influenciado pelas teses
psicanalíticas de Sigmund Freud, que mostram a importância do inconsciente na
criatividade do ser humano. De acordo com Freud, o homem deve libertar sua
mente da lógica imposta pelos padrões comportamentais e morais estabelecidos
pela sociedade e dar vazão aos sonhos e as informações do inconsciente. O pai
da psicanálise, não segue os valores sociais da burguesia como, por exemplo, o
status, a família e a pátria. O marco de início do surrealismo foi a publicação
do Manifesto Surrealista, feito pelo poeta e psiquiatra francês André Breton,
em 1924. Neste manifesto, foram declarados os principais princípios do
movimento surrealista: ausência da lógica, adoção de uma realidade
"maravilhosa" (superior), exaltação da liberdade de criação, entre
outros.
O movimento surrealista nasceu no início do
século XX, em Paris, fruto das teses de Sigmund Freud, criador
da Psicanálise, e do contexto político indefinido que marcou este período,
especialmente a década de 20. O Surrealismo questionava as
crenças culturais então vigentes na Europa, bem como a postura humana,
vulnerável frente a uma realidade cada vez mais difícil de compreender e
dominar.
Esta escola artística e literária
se insinua no interior dos movimentos de vanguarda modernistas, englobando
antigos adeptos do Dadaísmo – linhagem cultural nascida em Zurique,
em 1916, que primava pela irracionalidade, pela censura a toda atitude moderada
e era marcada por uma descrença total e um negativismo radical.
A teoria freudiana tem um grande
peso na constituição do ideário surrealista, que valoriza acima de tudo o
desempenho da esfera do inconsciente no processo da criação. O surrealismo
procura expressar a ausência de racionalidade humana e as manifestações do
subconsciente. Além dos dadaístas, ele se inspira também na arte metafísica de
Giorgio de Chirico.
Os surrealistas deslizam pelas
águas mágicas da irrealidade, desprezando a realidade concreta e mergulhando na
esfera da absoluta liberdade de expressão, movida pela energia que emana
da psique. Eles almejam alcançar justamente o espaço no qual o Homem se libera
de toda a repressão exercida pela Razão, escapando assim do controle constante
do Ego.
Os adeptos do Surrealismo se
valem dos mesmos instrumentos que a Psicanálise, o método da livre associação e
a investigação profunda dos impulsos oníricos, embora se esforcem para adaptar
este manancial de recursos aos seus próprios fins. Desta forma eles objetivavam
retratar o espaço descoberto por Freud no interior da mente humana, o
inconsciente, através da abstração ou de imagens simbólicas.
O marco oficial da instituição deste movimento é
o lançamento do Manifesto do Surrealismo, em outubro de 1924,
por André Breton, que também o subscreveu. Este documento tinha o
propósito de criar uma nova expressão artística acessível através do resgate
das emoções e do impulso humano.
Isto só seria viável a partir do
momento em que cada ser conquistasse o conhecimento de si mesmo, para então
atingir o momento crítico no qual o interior e o exterior se revelam
completamente coerentes diante da percepção humana. Ao mesmo tempo em que o
Surrealismo pregava, como os dadaístas, a demolição do corpo social, ele
propunha a gestação de uma nova sociedade, sustentada sobre outros alicerces.
André Breton, no campo
da literatura; e Buñuel, no cinema. Eles lançam, em 1929, o Segundo Manifesto
Surrealista, publicando ao mesmo tempo o periódico O Surrealismo a Serviço da
Revolução. Na década de 30 esta escola se expande e inspira vários outros
movimentos, tanto no continente europeu quanto no americano. No Brasil ela se
torna uma das várias vertentes absorvidas pelo Modernismo.
Os artistas ligados ao
surrealismo, além de rejeitarem os valores ditados pela burguesia, vão criar
obras repletas de humor, sonhos, utopias e qualquer informação contrária a
lógica.
Outros marcos importantes do
surrealismo foram a publicação da revista A Revolução Socialista e o segundo
Manifesto Surrealista, ambos de 1929. Os artistas do surrealismo que de
destacaram mais na década de 1920 foram: o escultor italiano Alberto
Giacometti, o dramaturgo francês Antonin Artaud, os pintores espanhóis Salvador
Dalí e Joan Miró, o belga René Magritte, o alemão Max Ernst, e o cineasta
espanhol Luis Buñuel e os escritores franceses Paul Éluard, Louis Aragon e
Jacques Prévert.
A década de 1930 é conhecida como o período de
expansão surrealista pelo mundo. Artistas, cineastas, dramaturgos e escritores
do mundo todo assimilam as ideias e o estilo do surrealismo. Porém, no final da
década de 1960 o grupo entra em crise e acaba se dissolvendo.
ARTES PLÁSTICAS: Foi
através da pintura que as ideias do surrealismo foram mais bem expressadas.
Através da tela e das tintas, os artistas plásticos colocam suas emoções, seu
inconsciente e representavam o mundo concreto. O movimento artístico dividiu-se
em duas correntes. A primeira, representada principalmente por Salvador Dalí,
trabalha com a distorção e justaposição de imagens conhecidas. Sua obra mais
conhecida neste estilo é A Persistência da Memória. Nesta obra, aparecem relógios
desenhados de tal forma que parecem estar derretendo. Os artistas da segunda
corrente libertam a mente e dão vazão ao inconsciente, sem nenhum controle da
razão. Joan Miró e Max Ernst representam muito bem esta corrente. As telas saem
com formas curvas, linhas fluidas e com muitas cores. O Carnaval de Arlequim e
A Cantora Melancólica, são duas pinturas de Miró que representam muito bem esta
vertente do surrealismo.
LITERATURA: Os escritores
do surrealismo rejeitaram o romance e a poesia em estilos tradicionais e que
representavam os valores sociais da burguesia. As poesias e textos deste
movimento são marcados pela livre associação de ideias, frases montadas com
palavras recortadas de revistas e jornais e muitas imagens e idéias do
inconsciente. O poeta Paul Éluard, autor de Capital da Dor e André Breton,
autor de O Amor Louco, Nadja e Os Vasos Comunicantes, são representantes da
literatura surrealista.
CINEMA: Os cineastas também
quebraram com o tradicionalismo cinematográfico. Demonstram uma despreocupação
total com o enredo e com a história do filme. Os ideais da burguesia são
combatidos e os desejos não racionais afloram. Dois filmes representativos
deste gênero do cinema são Um Cão Andaluz (1928) e L'Âge D'Or (1930) de Luis
Buñuel em parceria com Salvador Dalí.
TEATRO: O dramaturgo
francês Antonin Artaud é o maior representante do surrealismo no teatro,
através de seu teatro da crueldade. Artaud buscava através de suas peças
teatrais, livrar o espectador das regras impostas pela civilização e assim
despertar o inconsciente da plateia. Um das técnicas usadas pelo dramaturgo foi
unir palco e plateia, durante a realização das peças. No livro O Teatro e seu
duplo, Arnaud demonstra sua teoria. Sua obra mais conhecida é Os Cenci de 1935,
onde ele conta a vida de uma família italiana durante a fase do Renascimento. Nas
décadas de 1940 e 1950, os princípios do surrealismo influenciaram o teatro do
absurdo.
SURREALISMO NO BRASIL: As
idéias do surrealismo foram absorvidas na década de 1920 e 1930 pelo movimento
modernista no Brasil. Podemos observar características surrealistas nas
pinturas Nu e Abaporu de Ismael Nery e da artista Tarsila do Amaral, respectivamente.
A obra Eu Vi o Mundo, Ele Começava no Recife, do artista pernambucano Cícero
Dias, apresenta muitas características do surrealismo. As esculturas de Maria
Martins também caminham nesta direção.
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